Depois de ouvir muito sobre a desinflamação, o sentimento de diferença abismal entre outros benefícios resolvi testar não comer açúcar.

Há uns anos fui convidada a fazer um artigo, em que me propus beber dois litros de água durante 1 mês e no fim resumir o que senti – por curiosidade o artigo foi um sucesso mas, as únicas coisas que senti mudarem drasticamente foi aumentar o número de idas ao WC e uma pele visivelmente melhor. Experiências à parte, e alguns anos depois, em 2024 – a meio do mês de Janeiro (o mês conhecido por não ter fim) voltei a um desses desafios. Impulsionado por uma amiga que me disse que estava nos últimos dias de uma “aposta saudável” em que durante 15 dias não havia açúcar para ninguém. Resolvi escrever um artigo para te contar a minha experiência.


Na verdade, o consumo excessivo de açúcar ao longo dos séculos tem trazido consequências negativas para a saúde humana – e isso sabemos todos. Desde a introdução do açúcar em Portugal no século XV, através do comércio de cana-de-açúcar, até os dias de hoje, tornou-se evidente que este uso constante está associado a problemas como a obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até mesmo alguns tipos de cancro… Isto porque o açúcar, quando consumido em excesso, eleva os níveis de glicose no sangue de forma rápida, levando ao acumular de gordura corporal e ao desequilíbrio dos níveis de insulina.

Para já começar por reforçar: foi uma “experiência” por vontade própria, pessoal, sem radicalismos – na verdade, não tínhamos “nada a perder” e, pessoalmente, queria confirmar o que mais se sente quando retiramos estes hidratos de carbono “cristalizados comestíveis, principalmente na conhecidos como sacarose, lactose e frutose” – é assim que são caracterizados nutricionalmente. Assim, desafiei mais uma pessoa para se juntar a mim, e dia 14 de janeiro ingerimos os últimos doces, açúcares e refinados dessa categoria…

Aqui é já outro ponto que importa reforçar: tirámos todo o açúcar a 100%? Não! Até porque é um esforço de leitura de rótulos e quando dás por ti, comes uma maçã – mas também há limites. Os nossos limites permitiam incluir: fruta ou sumos naturais e iogurtes, desde que sem açúcar adicionado. Todos os “açúcares naturalmente presentes” chegamos a acordo que estariam incluídos.

(Disclaimer: não comemos açúcar desenfreadamente todos os dias. Mas quando apetece come. Aliás falei com várias pessoas durante este “mini-processo” e muitas referiam que era “só um chocolate” – alguns ainda do natal, mais uma tablet que está no frigorífico, mais um aniversário e uma sobremesa ao fim-de-semana porque… pronto, não é? Tudo somado a ideia que tive foi “eu não como assim tantos doces” mas, as vezes que eles me apareceram à frente em 14 dias e eu disse não: essas, pareceram-me infinitas…)


PRIMEIRO DIA

Teoria: Em princípio, espera-se que no primeiro dia os níveis de açúcar no sangue começam a estabilizar, evitando picos de glicose. Nessa altura, os níveis de energia podem diminuir devido à ausência da rápida fonte de energia fornecida pelo açúcar o que pode gerar uma vontade de comer açúcar ou alimentos doces, pois o corpo está a acostumar-se…

Prática: Não senti efetivamente diferença nenhuma até ao terceiro dia.

TERCEIRO a SÉTIMO DIA

Teoria: Pode ocorrer uma diminuição dos desejos por doces, já que o corpo se adaptou a uma dieta com menos açúcar. Poderá haver um aumento na sensibilidade, ao sabor naturalmente adocicado dos alimentos, como: frutas e vegetais. Devido à redução de calorias podemos assistir a uma ligeira perda de peso. Podem ocorrer mudanças de humor…

Prática: terceiro e quarto dia sim… aí o pico de glicose deve ter batido no fundo, porque sentia que poderia comer uma caneta bic se tivesse um bocadinho de chocolate negro… Dois dias em que, depois da refeição principal, parecia faltar qualquer coisa, e bate com o meio da semana, um aniversário, 4 sobremesas em cima da mesa e forte não a todas elas. Mais complicado a gestão do “gostava de provar” – mas firmes, e nem um bocadinho.

SEGUNDA SEMANA:

Teoria: melhora na clareza mental e concentração, já que os níveis de glicose no sangue estão mais consistentes. Há uma maior estabilidade emocional, pois a eliminar açúcar pode ajudar a regular os níveis de insulina e hormonas. Consequentemente, notas um aumento da energia, uma vez que o corpo começa a usar mais, eficientemente, as gorduras armazenadas como fonte de energia.

Prática: clareza e concentração! não consigo definir se foi efetivamente por esta “jogada” – a energia efetivamente conseguimos sentir, e a sensação de querer “um doce” após a refeição aparece e torna-se mais normal – compensamos sempre com fruta no fim mas, sentei-me muitos dias a pensar nos chocolates do natal que estavam ali, mesmo à mão.


Creio que principalmente na cultura portuguesa em que os aniversários e celebrações são recheados de doces, o café leva açúcar e muitos alimentos acabam por ter açúcar adicionado é sempre um desafio – mas, que se supera bastante bem e que estou a repetir neste momento, por outro período de 15 dias (mas sim, ao 16º dia houve sobremesa).

O principal desafio: retirar 100% o açúcar do café foi desafiante – principalmente feito do “dia para a noite”. A convivência social que termina com uma sobremesa para uns e um redondo “não” para outros, acaba por ser mais complicada gerir por termos tudo à nossa “frente”.

Os principais benefícios: desinflamação? Ver melhor? Melhores intestinos? Sorry. Não sentimos nada disso. Nem um, nem outro. Há sim, o terceiro/quarto dia que são mais desafiantes, provavelmente pelo regular dos níveis de insulina no sangue – mas após isso, tranquilo. Houve uma redução de peso em quase 0,900 gramas mas, isso poderá advir de treino e alimentação equilibrada ao qual se juntou o desafio – não conseguiremos apurar cientificamente a 100% mas, no final, acabou por ser obviamente positivo e a repetir. Apesar de no meu caso não ser algo exageradamente consumido – é, claro, importante conscientizar e promover o consumo consciente.

E vocês,

Conseguiam ficar quantos dias sem comer açúcar?


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